Não há evidências de bolha imobiliária, afirma estudo da FGV
Estudo afirma que embora não haja provas concretas do
fenômeno de bolha, a possibilidade também não pode ser descartada, sendo
necessário continuar acompanhando os preços
SÃO PAULO - Assunto em alta, principalmente entre Rio, São
Paulo e Brasília, o fenômeno bolha imobiliária anda esquentando a cabeça de
muita gente no mercado imobiliário. Recente estudo publicado pela FGV (Fundação
Getulio Vargas) afirma que é pouco provável que o Brasil esteja passando pela
formação de uma bolha neste momento no mercado.
Os mesmos testes aplicados pela equipe de Peter Phillips (um
dos maiores estudiosos do assunto), foram feitos pelos professores do Cemap da
FGV (Centro de Macroeconomia Aplicada) no mercado paulistano e não foram
provados indícios da presença ou formação de bolha. Entretanto, os
especialistas advertem que ainda é necessário manter monitoramentos do mercado,
frisando que tal fenômeno não pode ser descartado.
O estudo da FGV, assinado por Paulo Gala, Rogério Mori e
Emerson Fernandes Marçal, afirma que, embora a presença do fenômeno bolha não
possa ser totalmente descartado, a hipótese mais provável é que o aumento dos
preços imobiliários tenha sido ocasionado por fatores normais ligados à demanda em
excesso, que por sua vez, estaria relacionada ao excesso da oferta de condições
de crédito.
Além disso, segundo informa o estudo, a queda de juros e o
aumento da renda das famílias permitiram acesso mais fácil ao crédito para
compra de imóvel. Em relação aos investimentos, outro fator que pode ter
impulsionado esses preços é a queda de juros nas aplicações financeiras, que
levou os investidores e buscar mais imóveis como destino de investimento.
“Todos estes fatos juntos permitiram um forte aumento da
demanda”, diz o estudo, complementando que a oferta no setor não consegue
responder prontamente à tanta demanda, por conta do tempo necessário para
viabilizar novos empreendimentos e, por fim, o resultado é o encarecimento dos
imóveis.
“Caso não haja bolhas no mercado imobiliário brasileiro
espera-se que no futuro próximo ocorra uma consolidação dos preços”, ressalta o
estudo, esperando que um novo patamar sem contínuos aumentos – como os recentes
– sejam registrados no País.
Monitorar preços
Contudo, o estudo da FGV afirma a necessidade de manter o monitoramento dos
preços a fim de acompanhar se os resultados se assemelham aos níveis de bolha
para assim fornecer uma resposta definitiva se existe ou não bolhas no Brasil.
Fonte: Infomoney
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